quinta-feira, 13 de outubro de 2011

POLÍCIA FEDERAL

Como introdução, transcreverei parte do discurso da presidente Dilma na Assembléia geral da ONU em set/2011: "...contamos com o ministério público, contamos com a CGU e temos ainda a atuação autônoma da Procuradoria Geral da República e da inteligência da Polícia Federal..."

É exatamente dessa inteligencia da PF (ou falta de) que comento contando breve história:

6:00 am, toca meu celular. Era o rapaz que mora na casa de fundos do pátio da transportadora de meu pai, pátio com 16.000m2 e com 02 armazéns e 03 escritórios. Vale ressaltar que ele está ali instalado desde 1989.
Perguntei ao caseiro qual o motivo da ligação tão cedo, já preocupado que algo tivesse acontecido. O rapaz relata que estava com representantes da Polícia Federal e da Receita Federal, armados "até os dentes" e querendo estourar cadeados e portas. Pedi a ele que explicasse aos agentes federais que eu moro no centro (cerca de 25 km de distancia) e que em poucos minutos chegaria lá, que não seria necessário arrrombar nada pois eu abriria todas as portas e cadeados sem problema nenhum...
Para minha surpresa, ao chegar no local, todas as portas e cadeados já estavam estourados, batentes de portas destruidos e vidros quebrados.
Perguntei ao delegado responsável porque aquela truculencia toda e o mesmo respondeu: "temos muito serviço e não podemos perder tempo"... comentei com ele que já estavam perdendo tempo alí pois não havia nada de ilícito nos armazéns.
Questionei ainda a ele como chegaram ao local, se era uma denuncia ou se era um trabalho de investigação e principalmente, o que realmente estavam procurando, drogas ou contrabando.
Novamente o delegado responde: "estamos entrando para procurar drogas e contrabando"
Comentei novamente: ora, ou houve alguma denuncia para desviar a atenção dos policiais ou a inteligencia da PF e da Receita simplesmente não existe, é uma inteligencia burra" nisso o agente se exasperou e do alto de sua empáfia falou: "o senhor não pode falar desse jeito e outra, para quem tem um armazém desse tamanho, meia dúzia de cadeados não farão diferença."
Depois desse comentário infeliz, calei-me pois receava ser preso.

Para resumir, alguns questionamentos:
-como posso ensinar aos meus filhos respeito e admiração às forças policiais, se eles mesmos não se dão ao respeito e utilizam de métodos truculentos e autoritários para abordar pessoas de bem e que estão instaladas no mesmo local a mais de 20 anos?
-porque esses mesmos policiais, capitaneados pelo seu delegado não entram nas favelas (do Jupira, do bambu) onde é explícito o comércio de drogas e armazenagem de mercadorias contrabandeadas?
-onde está a "inteligencia"da PF que entra em qualquer lugar sem um mínimo de investigação.
-se houvesse realmente algo ilícito nos armazéns de meu pai, porque eles não esperaram para prender a todos? porque chegar na surdina estourando portas e cadeados?
-quem irá ressarcir os prejuízos materiais?
-quem irá ressarcir os prejuízos morais? (se é que isso é possível)

Ressalto por fim que gosto e admiro o trabalho dos policiais (em especial os da polícia militar) mas eles não estão acima da lei e dos bons costumes.

Normalmente utilizo uma linguagem mais rebuscada aqui no blog mas essa pseudop-ação policial deixou-me extramamente indignado.